FILIE-SE A UNIÃO DOS ESTUDANTES DE MARIANA!

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20.6.13

A velha luta de classes anuncia um novo tempo

Em São Paulo, aproximadamente 60 mil jovens e trabalhadores manifestaram-se contra o reajuste do preço das passagens. Em Florianópolis, os motoristas e cobradores entraram em greve. Em Recife, os metroviários ameaçam greve. Para o dia 20 de junho, estão convocadas manifestações nos pais inteiro contra o reajuste dos preços de passagens. Em Mato Grosso do Sul, em uma ocupação de terras, um índio terena foi assassinado pelas tropas federais. Em São Paulo um promotor pede que a PM atire nos manifestantes. A temperatura está subindo na luta de classes e só não vê os que vão passear em Paris e esquecem o sofrimento do povo.Outro fato que exige uma reflexão foi a depredação da faixada da sede nacional do PT, próxima à Praça da Sé. Mesmo que tenha sido um pequeno grupo (funcionários do PT disseram que cerca de 200 manifestantes ao fugir da repressão passaram pela rua do Diretório Nacional do PT, e alguns poucos dentre estes, pararam em frente ao PT e começaram a atacá-lo), isso é significativo. Se a direção e os governos do PT aplicassem uma política em defesa dos interesses dos trabalhadores, será que passaria pela cabeça de algum manifestante depredar sua sede nacional?

Uma nova situação
A indignação está aumentando e isto tem relação direta com a situação econômica. A crise está chegando e as medidas tomadas pelo governo - desoneração da folha, investimentos em grupos privados, MP de entrega dos portos, privatizações (“concessões”) generalizadas, previsão de mais concessões e leilões de petróleo no próximo semestre – tudo isso não resolve nada e só acelera a chegada da crise. A bolsa cai, o dólar sobe e, mais importante que tudo isso, os alimentos sobem de preço. Sim, a inflação oficial está por volta de 6%, mas qualquer um que vá ao supermercado sabe que o preço da comida subiu 20%, 30% ou até dobrou, conforme o item. E isto é que conta no bolso do trabalhador. 
Os Ministros podem se desdobrar em desculpas, Dilma pode programar uma “agenda positiva”, mas a verdade é que aquilo que está doendo no bolso do trabalhador só pode ser enfrentado com medidas duras de enfrentamento ao patronato e ao imperialismo, e este governo, com o PT entranhado nas alianças com a burguesia, não tem condições de fazer!
Para a maioria dos dirigentes do PT a ordem é defender o “nosso campo”, “nossas alianças” contra o PSDB, que é a “reação”. Entretanto, na hora de anunciar o aumento das tarifas em São Paulo, o Prefeito Haddad, do PT, juntou-se a Alckmin do PSDB. Na hora de criticar os manifestantes e defender a PM, Haddad novamente encontra-se junto com Alckmin.
Depois, quando a grande imprensa comemora a queda de Dilma nas pesquisas, os dirigentes do PT não conseguem explicar nada e apenas reclamam do ‘partido da imprensa’.

O mundo em ebulição
Dilma depois que editou a MP que reduz impostos sobre transportes municipais se calou sobre os aumentos generalizados ocorridos no país. Sim, eles não têm nada a dizer por que se recusam a romper com a burguesia, com os grandes empresários e querem “governar com normalidade”. O problema é que o mundo inteiro está deixando de ser “normal” e a velha luta de classes ressurge pra valer. A Suécia arde durante semanas na revolta de jovens e imigrantes que queimam restaurantes, escolas e bancos e deixam escrito: “local que nunca vou poder ir”. Sim, a diferença social conduz à revolta e isto vale para a Suécia, Turquia e Brasil. 

É apenas o inicio de um vendaval
A Folha de São Paulo retratou o sofrimento e o espanto de quem ia de carro e assistia assustado a guerra dos policiais armados contra jovens desarmados, atacando-os com bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha, nas ruas de São Paulo. Mais assustados ainda estão os trabalhadores e jovens que verificam que o salário que recebem não é suficiente para pagar aluguel, o transporte e a comida no final do mês. Ficam assustados e estão cansados de irem e virem do trabalho em ônibus e metrôs apinhados até as tampas, e só não caem porque não tem lugar pra cair, de tão cheio que vão os vagões e ônibus.  Estão cansados e assustados por morarem nas longínquas periferias aterrorizadas pela polícia e pela bandidagem. Para além do cansaço, começam a buscar saídas, lutam e se revoltam! Mas é apenas o início! Ventos mais fortes soprarão.

15.2.13

Renúncia do Papa expõe crise no Vaticano


Na última segunda-feira, 11, o papa Bento XVI anunciou que vai renunciar ao pontificado no próximo dia 28 de fevereiro. Seria muito simplista acreditar nas suas justificativas: Joseph Ratzinger, ou Bento XVI, alega estar velho e cansado para continuar à frente da Igreja. Parece mais, na verdade, uma retirada tática, ou melhor, uma forma de lidar com a crise pela qual o catolicismo está passando e de tentar evitar um possível aprofundamento causado pela abertura de uma disputa de poder descontrolada após a morte do papa.

Joseph Ratzinger foi escolhido para sucessor de Karol Wojtyla, o João Paulo II. Ele já trabalhava há 24 anos ao lado de João Paulo II, como responsável pela Congregação Doutrina da Fé, o novo nome da Santa Inquisição. Bento XVI, em sua juventude, foi membro da juventude hitlerista. Ele ficou conhecido por seu ultraconservadorismo. Ratzinger, entre outras barbaridades, combateu os homossexuais, o sexo sem fins reprodutivos, os movimentos feministas, os métodos contraceptivos, o divórcio.

Igreja em crise
Pode parecer forçado fazer algumas analogias históricas, mas não se pode desconsiderar que a última renúncia, de Gregório XII, aconteceu em 1415 em meio a uma das maiores crises da Igreja, durante a chamada Grande Cisma, quando existiam, na prática, três papas. Por trás de tudo isto, estava o colapso final do feudalismo e, principalmente, do teocentrismo com todos os seus significados. Ser obrigado a renunciar agora parece uma tentativa de se localizar diante de uma crise de proporções distintas, mas profundas. Em suma, talvez o papa não tivesse mais condições físicas de se colocar à frente do Vaticano para lidar com coisas bem concretas: os escândalos de pedofilia, as denúncias de corrupção etc.

Contudo, independentemente da linha dura de Bento XVI, a Igreja tem perdido espaço não só institucional, com o crescimento dos evangélicos e pentecostais, mas também em termos ideológicos. Por mais contraditório que seja com o aumento da opressão no mundo, os movimentos têm arrancado algumas conquistas que acabam resgatando o caráter secular e laico na legislação sobre o aborto, a união civil LGBT etc. Neste sentido, a figura de Bento XVI está grudada demais às suas declarações ultraconservadoras sobre o assunto. Seu afastamento não significa uma mudança de postura, mas pode ser uma maneira de envernizar a cara retrógrada da Igreja e diminuir a podridão que vem cada vez mais à tona.

De qualquer forma, mais do que tirar o time de campo, Bento XVI conseguiu garantir que continuará comandando a transição nos bastidores. Independentemente de qualquer possível adaptação às novas necessidades ou de qualquer que seja a nacionalidade do novo pontífice, as linhas gerais do Vaticano continuarão as mesmas.

9.2.13

Pela retirada da denúncia contra os estudantes


Poucas semanas depois da reitoria da USP aplicar penas leves contra os estudantes presos durante a reintegração de posse o Ministério Público faz uma denúncia contra os 72 estudantes.
As acusações são absurdas de “formação de quadrilha; posse de explosivos; dano ao patrimônio público, crime ambiental (pichações).”
A Juíza Letícia Dea Banks Ferreira Lopes, da 3ª Vara Federal Criminal de São Paulo rejeitou a acusação de formação de quadrilha contra os estudantes da Unifesp afirmando “não se vislumbra a materialidade delitiva, pois o tipo exige o vínculo estável ou permanente para o cometimento de crimes, o que não se aplica ao caso”.
O caso dos estudantes da USP é muito parecida. É evidente que não existia nenhum tipo de vinculo estável ou permanente entre os estudantes. Aquele era um movimento político pontual. Os estudantes se juntaram contra a PM na cidade universitária e a ditadura o reitor-interventor João Grandino Rodas.
A luta pelo direito de organização e manifestação é uma condição fundamental para a própria existência do movimento estudantil e, neste sentido, para o desenvolvimento da luta por uma universidade pública, gratuita, aberta e a serviço de toda a população.

Pela retirada da denúncia contra os estudantes


Poucas semanas depois da reitoria da USP aplicar penas leves contra os estudantes presos durante a reintegração de posse o Ministério Público faz uma denúncia contra os 72 estudantes.
As acusações são absurdas de “formação de quadrilha; posse de explosivos; dano ao patrimônio público, crime ambiental (pichações).”
A Juíza Letícia Dea Banks Ferreira Lopes, da 3ª Vara Federal Criminal de São Paulo rejeitou a acusação de formação de quadrilha contra os estudantes da Unifesp afirmando “não se vislumbra a materialidade delitiva, pois o tipo exige o vínculo estável ou permanente para o cometimento de crimes, o que não se aplica ao caso”.
O caso dos estudantes da USP é muito parecida. É evidente que não existia nenhum tipo de vinculo estável ou permanente entre os estudantes. Aquele era um movimento político pontual. Os estudantes se juntaram contra a PM na cidade universitária e a ditadura o reitor-interventor João Grandino Rodas.
A luta pelo direito de organização e manifestação é uma condição fundamental para a própria existência do movimento estudantil e, neste sentido, para o desenvolvimento da luta por uma universidade pública, gratuita, aberta e a serviço de toda a população.