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27.5.10

Namorar na escola é um direito e não deve ser proibido!

    Flagrados no mês passado trocando beijos durante a aula de informática, Murillo Lopes, 15 anos, e Bárbara Almeida, 14, estudantes da 8ª série da unidade Higienópolis do Colégio Rio Branco, foram chamados à sala da orientadora educacional. Reincidente, Murillo recebeu mais uma advertência verbal e a ameaça de ser suspenso por um dia caso repita o comportamento. Ele já havia sido filmado no ano passado por uma das trinta câmeras espalhadas pelos corredores da escola (com a própria Bárbara, que na ocasião não foi identificada pelo equipamento). "Não consigo parar de beijar", diz ele, com seu vulcão de hormônios em ebulição, típico da idade. "Agora serei obrigado a me segurar."Quarenta anos atrás, até um pouco menos, cenas como essas seriam impensáveis. Por uma razão simples. Naquela época, muitas escolas paulistanas ainda eram destinadas exclusivamente a meninos ou meninas. 


Hoje elas são raridades – existem menos de dez com tal perfil na capital. Mesmo nos colégios mistos, havia regras de conduta rigorosas, e os adolescentes não podiam andar de mãos dadas, quanto mais se beijar. Em meados da década de 80, a situação começou a mudar. Agora a realidade é outra. "Com tantas imagens de sexo e romance na TV e na internet, não dá mais para as escolas simplesmente proibirem os jovens de exercer a sexualidade e a afetividade", diz a psicóloga e consultora educacional Rosely Sayão. "Em vez de apenas impor restrições, é preciso discutir com eles as questões relativas ao tema."

De vinte colégios particulares procurados pela reportagem de Veja São Paulo, dezenove afirmam permitir o namoro em suas dependências, desde que respeitados os limites determinados pela direção. Em geral, abraços e beijos discretos são liberados, mas amassos estão terminantemente proibidos. Essa regra é a mesma tanto em colégios de linha disciplinar mais rígida, como o Porto Seguro, quanto nos de linha liberal, caso do Equipe.O que varia é a intensidade da fiscalização. 


No tradicional Dante Alighieri, catorze inspetores monitoram os 1 008 alunos do ensino médio na hora do recreio e da saída. Segundo os estudantes, a marcação é cerrada. "Uma vez, três vigilantes, posicionados em diferentes pontas, gritaram ao mesmo tempo quando dei um selinho no meu namorado", conta Luciana de Figueiredo, 17 anos, aluna do 3º ano.

Única escola a se declarar contrária ao namoro no ambiente de estudo, a Barifaldi, no bairro de Cerqueira César, traz em seu regimento interno a determinação de coibir "qualquer manifestação de intimidade entre os estudantes". 

Dezesseis câmeras monitoram corredores e seis bedéis desencorajam possíveis chamegos entre os 86 alunos do ensino médio. No primeiro flagra, ainda que seja um beijinho rápido, os pais são avisados. "A gente fica de olho em tudo", afirma a diretora Carolina Hirs. 

O máximo permitido aos três casais que estudam atualmente ali é andar de mãos dadas. Leandro Yunes Perim, 18 anos, do 3º ano, e Patrícia Yoshikawa, 16, do 1º, estão juntos há um mês e já sentem os efeitos da vigilância. "Se nos damos os braços, na mesma hora aparece alguém pedindo para manter distância", diz ele.

Juntos há seis meses, Renato Marangoni, 16 anos, e Thaís Tolentino, 14, já viram o efeito da convivência no boletim dele. 


Aluna da 8ª série do Colégio Guilherme Dumont Villares, ela ajuda o namorado, que cursa o 2º ano na mesma escola, a estudar geografia, matéria na qual é craque. A parceria parece que vai longe: a dupla até adotou uma aliança de compromisso.

"A gente não pode fazer nada"


Na unidade Morumbi do Porto Seguro, os dezoito bedéis contam com o auxílio de câmeras para controlar os 100 000 metros quadrados de área do colégio. "A gente não pode fazer nada que já vem um monitor separar", diz Phillip Hatt, 16 anos, que namora há três meses a colega de classe Juliana Altieri, também de 16.

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